Hola a todos. Comunicaros la tristísima nueva del deceso del gran investigador Untermann. Humilde y siempre servicial, como todos los sabios, deja una obra inmensa, alguna todavía por publicar. Afectado por la emoción me limito a reproducir el correo que José d’Enxarnaçao ha enviado a diversos investigadores. Descanse en paz esta gran persona cuya obra le sobrevivirá largamente.

FALECEU JÜRGEN UNTERMANN

(24-10-1928 / 07-02-2013)

Acaba Javier Velaza de comunicar o falecimento do Prof, Jürgen Untermann.

Que descanse em paz tão incansável lutador!

Independentemente do que, com mais pormenor, se há-de escrever acerca deste

eminente professor e especialista em línguas pré-romanas, importa, desde já, focar que,

para além do seu saber e do seu intenso labor científico, Untermann irradiava em torno

de si, desde o primeiro momento, uma enorme simpatia e sempre teve o condão de

formar discípulos e de fazer interessar muitos pela investigação a que de alma e coração

se dedicou. Era o Amigo, o Professor atento e interrogante, que lançava hipóteses com

uma humildade imensa, na perspectiva de contribuir para o avanço do conhecimento

mas jamais com a pretensão de se apresentar como o ‘depositário único’ desse

conhecimento. Educava para a liberdade crítica, judiciosa e serena.

Um dos seus primeiros trabalhos, no que à Península Ibérica diz respeito –

aliás, constituiu a Hispânia o seu território de eleição – foi Elementos de un Atlas

Antroponímico de la Hispania Antigua (Madrid, 1965), ainda hoje citado como obra

de referência, pois que, embora se tenham multiplicado muito os testemunhos dos

antropónimos aí tratados, o certo é que as conclusões retiradas já nesse longínquo 1965

em relação, por exemplo, às influências detectadas com vista à determinação de áreas

linguísticas permanecem válidas.

Foi um dos grandes motores dos colóquios sobre línguas e culturas paleo-

hispânicas, a cuja comissão coordenadora, de cariz internacional, presidiu durante

longos anos e só a pouca disponibilidade para fazer viagens é que o impossibilitou

de estar fisicamente presente no XI Coloquio Internacional de Lenguas y Culturas

Prerromanas de la Península Ibérica, que se realizou em Valência, de 24 a 27 de

Outubro, p. p.

Vai no final desta nota, escrita – que se me perdoe – ‘a quente’, fortemente

emocionado, como se imagina, pela partida de um Amigo do peito, uma breve lista

dos seus trabalhos. Seja-me permitido, no entanto, realçar a importância que teve a

sua obra monumental (assim a designo não por causa do título, mas porque é mesmo

monumental, os Monumenta Linguarum Hispanicarum, publicados em Wiesbaden, o I

volume em 1975 e o IV (e último), em 1997 (Band IV. Die tartessischen. keltiberischen

und lusitanischen Inschriften).

Tivemos, em 1993, já lá vão dez anos, a oportunidade de o homenagear, com

o volume «Novedades y correciones en la teonimia galaica. Studia paleohispanica et

indogermanica J. Untermann ab amicis hispanicis oblata», publicado em Barcelona.

Mas não há dúvida que a nossa maior homenagem será, para os crentes, elevar por ele

uma prece; e, para todos, saber colher o exemplo da sua abnegada vida.

José d’Encarnação

Alguns títulos de J. Untermann

1961 – Zum Namen von Munigua. Madrider Mitteilungen. 2, p. 107-117.
1962 – Sprachräume und Sprachbewegungen im vorrömischen Hispanien. Wiesbaden.
(«Áreas e movimentos linguísticos na Hispânia pré-romana». Revista de Guimarães. 72,
p. 5-41).
1962 – Personennamen als Sprachquelle im vörromischen Hispanien. II Fachtagung für
indogermanische und allgemeine Sprachwissenschaft. Innsbruck. p
1963 – Recensão a TOVAR 1961. Indogermanische Forschungen. 68, p . 317-25.
1967 – recensão a Michael Koch, Tarschisch und Hispanien. BzNF. 2(1), p. 222-225.
1976 – Pompaelo. Beiträge zu Namenforschung. Neue Folge, 11, p. 121-35.
1980 – Namenkundliche Anmerkungen zu lateinhischen Inschriften aus Kantabrien.
Beiträge zu Namenforschung. Neue Folge. 15, p. 367-92.
1981 – La varietà linguistica nell’Iberia romana.
. 3, p. 15-35.
1983 – Die Keltiberer und das Keltiberische. Problemi di Lingua e di Cultura nel
Campo Indoeuropeo (E. CAMPANILE ed.). Pisa, p. 109-28.
1985 – Los teónimos de la región lusitano-gallega como fuente de las lenguas indígenas.
Actas del III Coloquio sobre Lenguas y Culturas Paleohispánicas (Lisboa 1980).
Salamanca. 1985, p. 343-63.
1985 – Lenguas y unidades políticas del suroeste hispánico en época prerromana. De
Tartessos a Cervantes. Köln-Wien, p. 1-40.
1987 – Lusitanisch. Keltiberisch. Keltisch. Actas del IV Coloquio sobre Lenguas y
Culturas Paleohispánicas (Vitoria. Maio 1985). Vitoria/Gasteiz, p. 57-76.
1988 – Zur Morphologie der lusitanischen Götternamen. Homenagem a Joseph M. Piel
por ocasião do seu 85.º aniversário. Tubingen, p. 123-138.
1989 – arganto) – ‘Silber’ in Keltiberischen (mit einem Beitrag von Walter Bayer).
Indogermanica Europaea. Festschrift für Wolfgang Meid. Graz, p. 431-50.
1990 – «Comentarios sobre inscripciones celtibéricas menores» en Villar (ed.). Studia
indogermanica et palæohispanica in honorem A. Tovar et L. Michelena, p. 351-374.
1992 – Anotaciones al estudio de las lenguas prerromanas del Noroeste de la Península
Ibérica. Galicia da romanidade á xermanización. Santiago de Compostela, p. 367-97.
1992-93 – Los etnónimos de la Hispania antigua y las lenguas prerromanas de la
Península Ibérica. Complutum. 2-3, p. 19-33.
1995 – La latinización de Hispania através del documento monetal. La moneda
hispánica. Ciudad y territorio (Actas del I Encuentro Peninsular de Numismática
Antigua). Madrid, p. 305-16.
1996 – VI. La onomástica. VII. La onomástica de Botorrita 3 en el contexto de la
Hispania indoeuropea. in BELTRÁN; DE HOZ & 1996, p. 109-180.

1996 – De colaboração com BELTRÁN (Francisco), DE HOZ (Javier), El Tercero
Bronce de Botorrita (Contrebia Belaisca), Saragoça, 1996.